segunda-feira, 24 de março de 2008

ARQUITETURA É FORMA DO CONHECIMENTO

Educador, escritor e arquiteto suiço. Estudou em Paris e em "ETH Zürich" onde se graduou em arquitetura em 1969.
Bernard Tshumi foi o vencedor de um concurso no ano de 1982 o qual visava resgatar uma antiga e deteriorada área periférica em paris com 125 há.
Logo, ele propôs o Parc la Villette, que é considerado um dos mais importantes projetos urbanos contemporâneos e um dos primeiros exemplos do desconstrutivismo. Ele utilizou uma abordagem conceitual inovadora projetando um parque com caráter programático, através de uma nova articulação territorial, resgatou idéias como a do jardim francês de um lado e o construtivismo russo de outro, onde do primeiro recuperou o racionalismo geométrico, em traçado em xadrez, como base compositiva, e do segundo saiu o jogo espacial dos volumes que marcam os nós do traçado xadrez. Além dos indícios deconstrutivistas, também se pode notar algo de high-tech em certos elementos especificamente arquitetônicos do parque, e isto não é simplesmente pelo uso do aço como material construtivo em tais objetos.
Tshumi implementou também no La Villette outros elementos caracterizadores como a idéia de dissociação em contraposição da síntese, com ênfase na fragmentação, já que o parque é composto de elementos independentes que constituem harmoniosamente a paisagem, a união entre uso e a forma arquitetônica através de uma justaposição de um com o outro e também a explosão dos limites.
Logo quando estamos no La Villette podemos sentir que planos distintos são compostos independentemente e depois sobrepostos e, que o parque tem eixos os quais definem questões projetuais.
Sendo assim, podemos entender que o conceito central do trabalho é o cruzamento de 3 níveis estratégicos que se sobrepõe, superfícies (água, vegetação); linhas (percursos);pontos (‘folies’).
Os folies constituem a parte ‘fechada’ do programa, que eh responsável pelos pontos de apoio do parque, os quais são sanitários, postos policiais, lanchonetes, cafés, mirantes e play infantil.
As superfícies constituem os usos ‘abertos’ e as linhas, que para a nossa concepção são eixos determinantes, determinam os caminhos que são responsáveis pela ligação de diversas partes do parque.
No parque ainda encontramos a cidade da musica de Portzamparc, cidade das ciências e das industrias de Adrien Fainsilber e um antigo abatedouro de 1867, elementos esses que são muito bem articulados com o parque.
Para Tshumi :

“Nós tínhamos que projetar um parque: a rede de pontos era antinatural.
Nós tínhamos que preencher um certo número de funções: a rede de pontos era
antifuncional.

Nós tínhamos que ser realistas: a rede de pontos era abstrata.
Nós tínhamos que respeitar o conceito local: a rede de pontos era anticontextual.
Nós tínhamos que ser sensíveis aos limites do local: a rede de pontos era infinita.
Nós tínhamos que ter conhecimentos prévios de paisagismo: a rede de pontos
não tinha origem, se abria em uma infinita recessão dentro de imagens e sinais.”

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