sexta-feira, 14 de março de 2008

ESTETIZAÇÃO DA HISTÓRIA


Sendo chamado de pai do desconstrutivismo, Peter Eisenman, defende a idéia de que função, mobiliário e espaço devem ser estruturados a partir de um sistema mental coordenado. Para esse arquiteto de origem norte americana, a arquitetura não pode ser definida apenas pela forma que ela apresenta, mais também por outros diversos agentes, desta forma ele deu ênfase a trabalhos teóricos onde pode fundamentar o porque da arquitetura sem que ela seja apenas criações aleatórias. O modo de projetar de Peter é composto por o uso de formas geométricas e orgânicas, estas se cruzam entre planos e estruturas, onde vigamentos, perfis e superfícies são cortados e rebatidos. A arquitetura deve construir um lugar, mas as vezes para ser arquitetura deve se transformar o lugar.
Foi na década de 70 que Peter lançou a pratica do chamado desconstrutivismo, muito antes de Frank o. Gehry e Daniel Libeskind, sendo esses arquitetos também desconstrutivistas e muito reconhecidos atualmente, Peter rompeu com a geometria racional da ortogonalidade do Movimento Moderno ao afastar uma parede da outra, criando elisões e ilusões espaciais, para ele o Modernismo não permitia a deslocação da forma, produzindo ao homem momentos de ansiedade e incerteza.
Peter gera seus projetos a partir de um processo de investigação com diagramas, não como forma mas sim como idéia, ou seja, os projetos surgem através de idéias sugeridas ou pelo local ou pela historia ou pelo programas, e então ele tenta encontrar algo que funcione como um diagrama para gerar soluções projetuais.
O Memorial do Holoucasto de Berlim foi contruido no centro da capital alemã reunificada, e teve como projetista Peter Eisenman e o escultor Richard Serra, tendo o segundo abandonado a projeto alegando incompatibilidade conceitual com Peter e depois de que o ex-chanceler alemão Helmut Kohl rejeitou o plano original de placas gigantes de concreto com os nomes dos seis milhões de judeus mortos nas mãos dos nazistas.
Logo depois de um tempo Peter apresentou um novo projeto para o Memorial, sendo esse um projeto o qual o arquiteto gostou de realizar já que era um trabalho polemico onde de materializava a memória coletiva do genocídio nazista em um marco permanente. Definitivamente apenas bons e corajosos arquitetos seriam capazes de realizar um projeto tão ousado como este de Peter, consiste ai mais uma característica de nosso querido pai do desconstrutivismo.
O projeto desenvolvido por Peter não pode ser visto como um museu já que os museus tem uma função arqueológica, eles tentam explicar algo que já aconteceu, e o Memorial tem função apenas de lembrar o acontecido. O arquiteto também lutou para que os 2711 pilares em concreto cinza permanecessem em branco, ou seja, sem nenhum nome de judeu morto escrito.O projeto forma uma malha ondulada com dimensões de aproximadamente três campos de futebol. Entre os pilares que compõe essa malha há uma distancia de 92cm, desta forma só se é possível a passagem individual, e vale ressaltar que o terreno que se encontra o Memorial tem uma topografia irregular.
Com esse projeto o arquiteto conseguiu colocar o observador na posição de vitima, ou seja, ele faz com que o visitante sinta na pele a falsa orientação pela busca vã pelo sentido, a possibilidade de perseguir mesmo perdido no espaço.
A pedido de autoridades Alemãs o arquiteto projetou uma espécie de anexo subterrâneo onde ficam informações referentes aos judeus assassinados.
O projeto do Memorial de Berlim é sem duvidas um grande marco da arquitetura, sendo este um ponto turístico muito freqüentado em Berlim. Através do uso dos pilares e dá junção dos mesmo o arquiteto foi capaz de fazer as pessoas sentirem e lembrarem dos judeus mortos, mas ao mesmo tempo ele não deixa com que esse Memorial se transforme em um Monumento a barbaridades ocorridas ali.

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